Porque fazer o gerenciamento de resíduos no seu canteiro de obra é importante

Porque fazer o gerenciamento de resíduos no seu canteiro de obra é importante

A construção civil é responsável por grande parte dos impactos ambientais causados no planeta. Por isso, realizar o gerenciamento de resíduos no seu canteiro de obra é uma forma de contribuir com a sustentabilidade.

Conforme dados da Associação Brasileira para Reciclagem de Resíduos de Construção Civil e Demolição (Abrecon), 60% dos lixos tóxicos das cidades têm origem na construção civil e que cerca de 70% desse total poderia ser reciclado.

Na realidade, essa prática sustentável está se tornando cada vez mais importante no cenário da construção civil. Além de garantir diversos benefícios para o planeta, também inclui a possibilidade de maximizar resultados e diminuir gastos.

Outro ponto positivo é que o mercado está em busca de empresas que trabalham com sustentabilidade. Esse é outro motivo que faz com que realizar o gerenciamento de resíduos seja muito importante. Além de fazer a gestão dos materiais descartados da obra de maneira correta, também mantém a empresa competitiva no mercado, frente a um público consumidor cada vez mais exigente e consciente.

Dicas de ações para realizar o descarte correto dos resíduos da construção

Conscientizar todos os colaboradores – Primeiramente, é fundamental criar uma cultura de sustentabilidade nas empresas e também no canteiro de obras. Assim, para garantir o melhor gerenciamento de resíduos, é preciso que todos os envolvidos nos projetos entendam e estejam de acordo com a possibilidade de contribuir com a gestão dos resíduos.

Os gerentes da obra necessitam apresentar a importância do procedimento para os colaboradores e também quais serão os resultados possíveis a partir disso. Assim, deve-se também mostrar a importância da reciclagem de resíduos para o trabalho de cada um, partindo da melhor organização e facilidade de trabalhar no canteiro.

Tudo isso também colabora com a redução de desperdícios, otimização dos custos da obra e, por consequência, impacto no meio ambiente.

Desconstruir é melhor que demolir – O processo de demolição faz parte da construção civil e é uma estratégia que deve ser muitas vezes utilizada. No entanto, dependendo do projeto e das características, vale muito fazer investimentos em processos de desconstrução, como alternativa à demolição.

Desse modo, portas, janelas, ou blocos de parede podem ser removidos, preservando integralmente suas características para o reemprego em novos ambientes. 

Até mesmo em casos de materiais que não mantiverem suas características originais plenamente. Estes podem ser adaptados e reutilizados, gerando valor ao que antes seria considerado lixo.

Assim, além de estar contribuindo com a preservação ambiental, com a reciclagem inteligente de vários componentes da construção, sua empresa também vai sair ganhando ao transformar o que poderia ser entulho, em economia.

Mesmo assim, é importante ressaltar que a desconstrução pode ser um processo que leva mais tempo. Por isso, deve estar inclusa no planejamento da obra e todas as tarefas envolvidas no procedimento devem ser muito bem organizadas. Isso é fundamental para entregar o projeto no tempo correto, respeitando o orçamento e realizando um gerenciamento de resíduos de alta qualidade.

Coleta seletiva dos materiais no canteiro de obras – Entre algumas ações práticas, é interessante fazer a coleta seletiva do canteiro de obras, determinando os locais distintos para o acondicionamento e descarte de cada tipo de resíduos.

Você deve espalhar recipientes de cores diferentes, ou identificados de alguma forma clara para todos, qual recipiente é para cada tipo de resíduo. Além disso, uma dica muito interessante classificar os resíduos de acordo com as normas do CONAMA.

Sistema de gestão – Uma dica interessante é utilizar um sistema de gestão para planejar e controlar o gerenciamento de resíduos. Na realidade, todo o processo deve ser planejado desde o começo da obra e, por isso, deve-se pensar em como fazer o trabalho de forma ágil e eficiente.

Assim, um sistema de gestão implementado pode fazer toda a diferença. Com ele é possível gerir entregas dos fornecedores, o que está sendo usado, o que será descartado, entre outras facilidades. Tudo isso colabora para facilitar e otimizar bastante o cumprimento das tarefas.

Plano de Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil (PGRCC) – Por último, vamos falar de um dos principais pontos para uma boa execução do gerenciamento de resíduos no canteiro de obras.

A elaboração e aplicação do Plano de Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil (PGRCC) está entre uma das principais boas práticas sustentáveis, sendo um fator chave para adequar os canteiros de obra instalados pelo Brasil à legislação ambiental vigente.

Nesse sentido, as empresas que geram resíduos vinculados à construção civil, devem prezar pela correta caracterização, triagem, acondicionamento, transporte e destinação.

Vale lembrar também que todos os resíduos devem ser segregados diretamente no canteiro de obras, com a separação correta pela classificação. De forma alguma eles devem ser dispostos em aterros de resíduos sólidos urbanos, em áreas de “bota fora”, em encostas, corpos d’água, lotes vagos ou em áreas protegidas.

Classes de resíduos da Construção Civil

Também é fundamental para trabalhar o gerenciamento de resíduos no canteiro de obra, ter conhecimento da classificação dos materiais de descarte. Desse modo, é possível eliminar os materiais da maneira correta, sem misturar e também de acordo com a legislação. Basicamente, existem quatro classes distintas: A, B, C e D.

Classe A – aqui encontram-se os resíduos que podem ser reciclados ou reutilizados de alguma forma como agregados. Exemplos principais: areia, tijolo, blocos de concreto, cerâmica, argamassa endurecida, telhas cerâmicas e brita.

Classe B – também são resíduos recicláveis, mas eles possuem outras destinações. Por exemplo: plásticos, papel, papelão, metais, vidros, madeiras, embalagens vazias de tintas imobiliárias (escorridas/limpas) e gesso.

Classe C – estes tipos de materiais ainda não possuem tecnologias ou aplicações economicamente viáveis que permitam a sua reciclagem ou recuperação. Exemplos: peças de fibra e nylon e manta asfáltica.

Classe D – essa classe é composta por resíduos que são perigosos, podem contaminar ou ainda são prejudiciais à saúde. Por exemplo: amianto, solvente, tintas, óleos, pincéis e estopas.

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