Como evitar e remover eflorescências em estruturas de concreto?

eflorescências

Segundo o AEC WEB, esse tipo de patologia surge do depósitos salinos brancos sobre a superfície e pode levar à degradação do concreto. Para resolver esse dilema, é necessário intervir de forma rápida e assertiva

Entre as manifestações patológicas que podem acometer as estruturas de concreto armado, as eflorescências são as mais recorrentes. São depósitos cristalinos de cor branca que surgem na superfície da estrutura e que resultam da exposição do concreto à água de infiltrações ou de intempéries.

Este fenômeno, que pode induzir a degradação do concreto, é fácil de explicar. Quando a água infiltra nos poros do concreto, ela dissolve os sais presentes no cimento e na cal, principalmente o hidróxido de cálcio. Esses sais são conduzidos até a superfície durante a evaporação da água através da percolação. Com a evaporação da água, esses sais se cristalizam, gerando manchas de cor clara.

Além das estruturas de concreto, a eflorescência pode acometer, também, alvenarias, pisos e coberturas. Os depósitos podem aparecer pontualmente ou de forma generalizada, assim como podem se formar lenta ou rapidamente, dependendo do grau de exposição à umidade e à quantidade de sais presentes no concreto.

Além de antiestéticas, as eflorescências são difíceis de serem removidas. Não obstante, podem comprometer a vida útil das estruturas.

O engenheiro Renato Sahade, consultor em patologias das construções, explica que o hidróxido de cálcio presente no concreto é responsável por manter o pH do material acima de 12. Isso significa que esse componente mantém a alcalinidade do concreto tão necessária para garantir proteção às armaduras contra a corrosão. “A perda do hidróxido de cálcio diminui o pH, tornando o ambiente interno ácido e fazendo com que as armaduras percam sua camada passivadora”, afirma o especialista.

Há uma série de fatores que favorecem o surgimento de eflorescências. Excesso de água no traço do concreto, impurezas presentes na areia, além de fissuras nos rebocos, nos rejuntes ou nos selantes das juntas de movimentação são os mais comuns.

No entanto, algumas boas práticas adotadas na elaboração do projeto e durante a execução costumam ser eficazes para evitar esse problema. Entre elas, é possível citar o uso de cimento adequado com a classe de agressividade do local, a impermeabilização da estrutura apropriada, e rigor na dosagem do traço.

Para reduzir a suscetibilidade da estrutura às eflorescências, uma medida válida é optar por concreto dosado com cimentos com baixos teores de álcalis, como aqueles com adição de escória ou pozolanas. “Esses produtos apresentam menor quantidade de hidróxido de cálcio após o endurecimento do concreto ou da argamassa. Com isso, há menos cal para ser lixiviada e gerar a eflorescência”, afirma Renato Sahade. De acordo com o engenheiro, quando não for possível empregar esses tipos de cimento, a estratégia deve focar em evitar a percolação de água através do concreto, controlando a fonte de água indesejada e a fissuração do concreto.

 

COMO REMOVER EFLORESCÊNCIAS?

A detecção de eflorescências em estruturas de concreto exige intervenção rápida e assertiva. Como ocorre com outros tipos de manifestações patológicas, a primeira ação deve ser buscar identificar e controlar a fonte do problema.

Em casos mais simples e superficiais, é possível remover os depósitos salinos com uma limpeza com ácido acético. Contudo, dependendo do nível de degradação, pode ser necessário recompor a estrutura. “A solução mais adotada para resolver eflorescências é a utilização de materiais impermeabilizantes sobre substratos com argamassa de revestimento sem cal”, comenta Sahade.

O engenheiro lista, ainda, outras quatro ações benéficas para aumentar a proteção das estruturas contra essa patologia:

  • Colocar uma manta impermeável sobre o solo e sob o revestimento;
  • Utilizar cerâmica esmaltada de boa qualidade e argamassa colante;
  • Empregar aditivos impermeabilizantes que fazem com que a argamassa e o concreto absorvam menos água;
  • Realizar manutenções preventivas para trocar rejuntes fissurados e juntas de movimentação danificadas.

 

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